Qualquer coisa que bate no ritmo errado.
Qualquer coisa que falha.
Eu sabia que havia qualquer coisa que falhava, que morria, mas faltava-me os olhos para confirmar.
Até à semana passada, continuava na ignorância. Mas numa manhã, em que acordei para atender um telefonema com aqueles inquéritos, extremamente interessantes culturalmente. Fui ver um pouco de televisão, e por acaso estava a dar o Fátima, na parte da árvore das patacas.
Então nesse preciso momento, o coração caiu-me aos pés, o senhor José Freixo e o seu fiel companheiro, Donaltim, já não lá estavam. Desesperado, verifiquei se estava a sonhar, mas infelizmente era verdade.
José Freixo, o ventríloquo e Donaltim, o pato fantoche, foram despedidos em Janeiro, do programa da manhã da SIC.
Eles não mereciam isto, José Freixo, um dos maiores ventrioloquos, talvez, o melhor do mundo, que rejeitou a antiga maneira do ventriloquismo que obriga os ventriloquos a falar de boca fechada, passando a fazê-lo de boca aberta, como se falavasse normalmente.E como ele o fazia bem, ninguém no mundo mexe tão bem a boca a ventriloquar como José Freixo.
Não falando na grande perda de Donaltim, os espectadores já o tratavam como se fosse da família. Sempre de sorriso no bico, mesmo trabalhando arduamente todas as manhãs. Não deve ser fácil trabalhar constantemente com um braço metido no anús a cima.Mas mesmo assim, Donaltim, tinha sempre uma palavra amiga.

Foi uma grande perda especialmente, porque eu ainda não tinha aceitado a morte de outro grande ícone português, O Boneco das Caixas de Multibanco.Todos nós, confiávamos nele, o que ás vezes não confiamos a amigos. Os 4 dígitos Que ele recebia e guardava.
Ali nasceu, ali viveu, e ali acabou por morrer.
Mas cedo demais.
Deu lugar a um mais novo, é certo, mas infinitamente menos discreto a pedir o código pessoal e patético na parte do "retire o seu dinheiro".
É o progresso, dizem uns.
É o fim, digo eu.

2 comentários:
São duras e cruéis estas mortes, que apenas por nao efectuarem o "Moonwalk" não são reconhecidas o quanto deviam.
O Donaltim, esse grande guru da televisão nacional e José Freixo, o homem que com um só braço, elevava o Donaltim a um patamar de topo, nas manhãs da Sic, não aparecem mais nos quilómetros de fibra óptica que percorrem o solo nacional e internacional (Sic Internacional e Sic Online). Esta dupla que rodava os rectângulos da Árvore das Patacas quando esta ainda tinha interesse.
Apenas fica uma frase:
"A tecnologia matou o senhor MB"
Grande, Grande postagem!
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